No âmbito do tema COMUNICAÇÃO, TECNOLOGIA E SAÚDE, e acordo com o Plano Anual de Atividades, os(as) discentes do 9º ano de escolaridade, turmas A, B, C e D e 11º E do Curso Profissional de Técnico Auxiliar de Saúde, realizaram, no passado dia 1 de março, uma Visita de Estudo ao Museu da Chapelaria, em São João da Madeira, conhecida como a “Capital da Chapelaria” dada a sua importância em termos de produção de chapéus. O Museu da Chapelaria foi criado como forma de mostrar a história da produção de chapéus em Portugal, desde as técnicas artesanais até a era industrial, sendo o único museu da Península Ibérica dedicado inteiramente ao fabrico do chapéu.
Esta visita surgiu da necessidade de proporcionar aos alunos a oportunidade de observarem «in locu», através de um exemplo do mundo empresarial tão icónico como é o caso do chapéu para a indústria nacional, a importância de uma visão holística do conhecimento. De facto para esta experiência confluiu todo um trabalho de cooperação e articulação, não só entre disciplinas, mas igualmente entre ciclos de ensino, nomeadamente, entre as disciplinas de Educação Tecnológica, com o desenvolvimento do Trabalho de Projeto “CHAPÉUS HÁ MUITOS…”, Cidadania e Desenvolvimento, Comunicação e Relações Interpessoais (CRI) e Higiene, Segurança e Cuidados Gerais (HSCG) do curso profissional.
Esta iniciativa teve como principais objetivos o desenvolver técnicas de comunicação na interação com diferentes públicos; compreender o papel da sociedade e do processo histórico no desenvolvimento e uso da tecnologia, assim como os seus efeitos culturais, sociais e ecológicos; apreciar a importância da Tecnologia como resposta às necessidades humanas; correlacionar a dinâmica dos Recursos Humanos com o Mundo do Trabalho em contextos laborais específicos e reforçar o papel da Segurança, Higiene e Saúde, em geral, e no trabalho em particular, como fator de promoção da qualidade de vida e do trabalho.
Contactar com a realidade empresarial, ainda que em termos históricos, da indústria da chapelaria em São João da Madeira, através do espólio do Museu, consubstanciada na exposição permanente, contendo inúmeras máquinas e ferramentas industriais utilizadas no fabrico dos chapéus, registos testemunhais dos operários da chapelaria, uma coleção de chapéus de feltro, feitos a partir da pele de coelho, de castor, de ovelha ou ainda com recurso a pele de cação para fazer o acabamento final do feltro.
Por sua vez, o pátio do museu contém o monumento aos Unhas Negras, expressão que foi sinónimo de chapeleiro, pelo facto destes, em consequência do trabalho em caldeiras de vapores, designadas de fulas, ficarem com as unhas deterioradas e tingidas de preto. O facto de os operários trabalharem com o mercúrio (metal muito prejudicial à saúde) fazia com que tivessem uma esperança média de vida de 40 anos, e consequentemente poucas candidatas a casamento!...ninguém queria ficar viúva cedo! O mercúrio, usado sem nenhuma regra de higiene e segurança, afetava-lhes o sistema nervoso, provocando-lhe doenças, facto que inspirou a criadora da obra “Alice no País das Maravilhas” a criar a personagem do Chapeleiro Louco.
Ficou bem presente na memória dos alunos, a evolução das condições de trabalho criadas pela legislação sobre higiene e segurança no trabalho, dado que nos princípios o trabalho era muito árduo e sem condições de saúde nem segurança, quer ao nível do contacto com químicos como o mercúrio, quer pelo contacto com temperaturas elevados dos ferros de moldar o feltro. Para além dos custos que teriam de pagar, caso rompessem algum feltro na fase final da moldagem (um feltro valia cinco ordenados de um trabalhador).
A visita à exposição temporária “A Arte da Chapelaria” de Luís Stoffel, visou sobretudo o incentivar da criatividade, bem patente em todos os trabalhos expostos, e que a todos maravilhou.
Dizer que atingimos os objetivos a que nos propusemos com esta visita de estudo já que todos os(as) alunos(as) se mostraram interessados, manifestando o desejo de voltar para visitar, por exemplo, o Museu do Calçado.
Finalizar dizendo que os discentes foram acompanhados pelas docentes das disciplinas envolvidas e pelas diretoras de turma do 9º B e D.
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